quinta-feira, 31 de maio de 2012

IR À LUTA:

Getúlio Vargas prevendo que a ANL (Aliança Nacional Libertadora) - organização comunista sob o comando de Luiz Carlos Prestes - tramava um golpe de estado, convoca uma reunião com alguns dos mais influentes empresários da época para lhes pedir apoio à reforma trabalhista (CLT) que pretendia fazer com o intuito de desmobilizar o golpe que tramava a ANL. Mas os empresários presentes não só negaram apoio como reclamaram da excessiva, segundo eles, fiscalização do Ministério do Trabalho. Dr.º Getúlio após se retirar, já em seu automóvel, comenta com seu ajudante-de-ordens:” Estou tentando salvar esses burgueses burros e eles não entenderam.” (Do livro CHATÔ O REI DO BRASIL, pág.360, de Fernando Morais). No mundo dos poderosos não existe bondade, existe correlação de forças! Getúlio Vargas não fez a CLT por ser bonzinho mas para anular a intensa mobilização dos trabalhadores em torno da ANL. A CLT para Getúlio Vargas foi uma formidável jogada de xadrez que deu um xeque-mate e desmobilizou a ANL e, permitiu-lhe, manter o poder. Prova maior que no poder não existe bondade, mesmo para aqueles que foram responsáveis pela ascensão do poderoso, é o partido dos trabalhadores. O pt não chegaria ao poder, talvez nem existisse, sem o apoio maciço da classe trabalhadora. O pt há dez anos no poder, Lula e Dilma, tem sido mais carrasco para a classe trabalhadora que qualquer patrão que tenha atingido a presidência. Nem Fernando Henrique um neoliberal ferrenho - inventor do plano latinha: latinha uma indústria, lá tinha uma padaria... – foi tão cruel com os trabalhadores e viúvas dos trabalhadores como Lula e Dilma que ao darem reajustes diferenciados para o salário-mínimo e as aposentadorias e pensões levaram os trabalhadores aposentados e suas viúvas ao desespero. O pt não se dá por satisfeito em só manter a aposentadorias e pensões famélicas, teima em manter o fator-previdenciário que rouba, de uma só vez , até quarenta por cento das aposentadorias e pensões de quem começou a trabalhar cedo. Não contentes em roubar os peões, aposentados ou suas viúvas agora planejam outro saque contra a classe trabalhadora. Planejam uma nova lei (lei???, injustiça!!!) para a previdência chamada lei 85/95. A soma da idade com o tempo de contribuição, somados, têm que somar 85 para as mulheres e 95 para os homens. Esta lei iníqua, mas uma vez pune o trabalhador e, sobremaneira, aqueles que começaram a trabalhar cedo e, suprema maldade, não beneficia àqueles que começaram a trabalhar um pouco mais tarde. Para o fator 85/95 valer há que se ter o tempo mínimo de contribuição: 30 anos mulher e 35 anos homem. Se um trabalhador tiver 64 anos de idade e 31 de contribuição, daria a soma de 95, mas o trabalhador não terá o direito à aposentadoria. A lei serve para punir os trabalhadores mais novos, mas não serve para beneficiar os mais idosos. Para o governo é um jogo de ganha-ganha. Você peão de glúteos de chumbo e pesados como âncora de transatlântico, de olhar baço fixo na novela da tv, que chora com a desventura do galã que perdeu a amada, mas é alheio a sua própria miséria e não chora por sua família dilacerada pela agrura econômica que um sistema perverso teima em lhe infligir. A você peão que alijou o lazer de sua vida , que se alimenta mal; mas que se delicia com ricos na novela comendo caviar e singrando os mares em iates. Você que se comove com as campanhas mentirosas do poder que dão comida, dinheiro e remédio aos pobres - mas só na ficção - e não vê que a cada dia o poder rouba-lhe um direito, afana-lhe uma conquista trabalhista. Dirigi-me a você peão, que com seu trabalho provê os ricos e poderosos de caviar, iates, mansões. A você que com seu voto elege políticos canalhas que criam leis iníquas que lhes roubam direitos e negam-lhe justiça. Dirijo-me a você peão vítima inocente desta ditadura movida a corrupção, dinheiro e insensibilidade, legitimada com seu voto! Dirijo-me a você para conclamá-lo a levantar-se desse sofá, encher o peito, não de ar, mas de indignação e ir às ruas brigar por seus direitos roubados e os que ainda não foram surrupiados, mas estão perto de sê-los. Para que os canalhas instalados no poder voltem a temê-lo. Para que não mais roubem seus direitos e devolvam os já afanados.

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