terça-feira, 1 de novembro de 2011

DA LUCIDEZ DOS BÊBADOS:





“As boas intenções têm sido a ruína do mundo. As únicas pessoas que realizaram qualquer coisa foram as que não tiveram intenção alguma.”
Oscar Wilde.


Estava tomando cerveja num pé-sujo aqui no meu bairro e, numa mesa ao lado, um grupo já meio grogue discutia política. Pra ser sincero nem sei se política, vá lá que seja política... Metiam o bambu nos políticos, que para eles, eram todos desonestos e corruptos, nessa nossa pseudodemocracia onde o voto era obrigatório, na justiça que, aqui, tarda e falha. Eu, avesso ao radicalismo, já estava ficando chateado quando uma voz arrastada, mas clarividente e diáfana pediu a palavra e, num discurso bêbedo, não de álcool, mas de lucidez, disse: Que toda essa corrupção, que todo esse descaso com o povo, que todo esse roubo dos direitos trabalhista, apesar de tudo, ainda era uma sorte. Que toda essa cupidez, que todo esse descaso com a Nação, ainda era uma sorte. Não uma sorte plena, mas uma sorte menor. Numa analogia: não o prêmio principal, mas o terno da megasena.  Pois se os mandatários da República não estivessem ocupados demais em suas pequenezes fariam mais mal ainda ao povo votando leis iníquas, cerceando as liberdades e promovendo o genocídio das esperanças e dos direitos humanos, Se duvidam, olhem os países onde seus governantes julgam-se deuses: Olhem para Cuba com suas misérias, com suas prisões abarrotadas de presos políticos. Olhem para a Venezuela onde um caudilho usou as regras democráticas para destruir a democracia. Olhem para os países do oriente médio onde impera o fanatismo, mulheres são tratadas como seres de terceira classe que podem ser mortas por apedrejamento, ter parte do corpo amputada e condenadas a uma vida servil e, homossexuais são caçados e assassinados.  

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