segunda-feira, 28 de abril de 2014
VOU PRO CÉU:
"PARA ESTE GÊNERO DE GENTE - OS ÍNDIOS - NÃO HÁ MELHOR PREGAÇÃO DO QUE A ESPADA E A VARA DE FERRO."
Este verso e parte de um poema que o padre José de Anchieta escreveu para louvar o governador Mem de Sá. Que alento me deu o conhecimento deste verso. Se um homem de Deus foi capaz de escrever um poema exaltando a tortura e, mesmo assim, foi pro céu e, não só foi pro céu, como ganhou um cargo importante, foi coroado "santo". Então eu um trabalhador anônimo e insignificante que vira e mexe sou atormentado pelo medo do inferno, a partir de hoje sou um novo homem. Não temo mais as labaredas do inferno! Meu coração pode não ser ornamentado pelos diamantes das virtudes que eu cria inerentes a um santo. Mas por outro lado meu coração tão comum e tão baldio, tão entulhado de dores e sentimentos insignificantes e inúteis não seria capaz de pregar o castigo contra um meu semelhante. Isto, esta minha incapacidade de maldades maiores, é minha redenção! Ao morrer, tenho certeza, não irei para o inferno. Irei para o céu. Não digo que para exercer o cargo de santo que acho que é um cargo com forte ingerência política. Mas me contentarei em ser coroinha, ou faxineiro, ou garoto de recados, cargos insignificantes mas exercidos no céu.
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