segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A DEMOCRACIA DOS SENHORES:

Todos os dias somos bombardeados pelos meios de comunicação afirmando que, inquestionavelmente, somos uma democracia plena. Que todos as instituições democráticas estão funcionando e que os poderes da República continuam independentes . Mas venho, muito humildemente, contestar estas premissas. Elas são falsas! Melhor, as instituições e poderes da República funcionam sim, mas para as elites. Senão, vejamos: O ladrão de galinhas é pego e sofre pena rigorosa; mas o banqueiro frauda e pratica usura impunemente. A mãe rouba um tablete de manteiga, para aplacar a fome do filho, é pega e sofre pesada e injustíssima pena; mas o político superfatura obras, rouba o dinheiro da merenda escolar escapa ileso, graças ao fórum especial e, ainda, é chamado de Excelência. Em nossa República vige o livre mercado: o preço do arroz, do feijão, do leite, do macarrão, estão liberados e cada comerciante vende pelo preço que quiser; mas o salário do trabalhador é tabelado, e quando não, é negociado entre o patrão forte e o peão mirrado.

Os lucros dos empresários e banqueiros vêm aumentando exponencialmente; mas a renda do trabalhador vem minguando ano a ano, a ponto do salário-mínimo nacional atual valer quatro vezes menos do que valia na época de sua criação.

Quando o rico fica doente vai para um hospital de primeira, com medicina de ponta e aparelhos modernos para um diagnóstico preciso; mas o peão vai para a fila do SUS que nunca tem vaga e se o caso for desesperador, colocam-no em cima de pia ou deitado no corredor e para aplacar sua dor lacerante dão-lhe uma aspirina e ainda dizem que estão fazendo favor.

O rico quando vai aposentar tem programa para se adaptar: Suas horas de trabalhos vão gradualmente diminuindo, dão cruzeiros em iates de luxo e viagem à Europa; mas ao pobre não dão nada e ainda tiram tudo: é o tal fator previdenciário que capa a aposentadoria, é o aumento do tempo de contribuição que impede este direito sendo, que atualmente, só os mortos estão se aposentando.

Quero, nesta crônica, desconvidar os ricos que já têm sua próspera democracia; mas convidar aos aposentados, trabalhadores e outros pobres em geral para fundar uma neodemocracia onde a opulência do rico não seja a miséria do pobre. Onde o lazer do rico não seja o negar do justo direito do trabalhador se aposentar.

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