segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

ADEUS ÀS ILUSÕES:

Antonio da silva, o Tonho Bactéria, apelido este que recebeu pela capacidade inata de desfazer quaisquer bolinhos lá dentro da fábrica. Tonho era monocórdio; só tinha um assunto, o pt! Também era monocromático, só vestia vermelho. Na sua carteira podia faltar dinheiro, mas nunca um santinho de Lula. Quando ouviu dizer que os argentinos estavam criando uma igreja para Maradona, encampou logo a ideia, faria uma igreja Luliana. Mas os colegas de trabalho dissuadiram-no, com o argumento irrefutável de que o pt já tinha sua igreja.
Tonho Bactéria convenceu-se, mas colocou na cachola que faria a hagiografia da alta hierarquia petista. Aqueles abnegados mereciam ser canonizados, no mínimo, beatificados. Dizem que a hagiografias de Lula e Zé Dirceu ficaram boas, mas a de Genoino ficou divina.
Mas, assim que o pt assumiu o governo, Tonho foi demitido. Aposentou mas o novo cálculo da aposentadoria e o fator- previdenciário caparam-lhe o provento. Passou a receber um salário-mínimo e meio, mas os reajustes diferenciados entre as aposentadorias mínimas e as superiores logo jogou seu pagamento para menos de um mínimo, que por ser inconstitucional, foi para o mínimo.
Devido a esses reveses teve um AVC e foi para o hospital, onde foi, ou não foi, atendido encima da pia por falta de leito. O seu mal foi agravado pelos gemidos lacerantes dos outros doentes. Convencido que aquilo não era um hospital, mas um açougue, trôpego, fugiu e foi para casa.
Em casa começou a matutar, a ver que a chegada do pt ao poder, por mais que lhe doesse essa verdade, fora um mal. Agora a classe trabalhadora era um rebanho sem pastor. Não havia quem a defendesse. Devagar e com muita dificuldade levantou-se, tirou a carteira do bolso traseiro e dela o retrato de Lula. Picou-o - no inicio vacilante - depois com raiva, em milhares de pedacinhos. Depois, claudicante, todo desajeitado dançou um samba grotesco, um samba tetraplégico... Enquanto jogava os fragmentos do santinho como confete sobre a cabeça. Aquele foi o carnaval de sua libertação!

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