Nesse repente quero narrar um sonho que tive. Não sei se era um sonho real ou uma realidade sonhada. Mas, se sonho, ultrapassou a realidade porque o rabo do capiroto ainda está engastalhado em minha mão.
Neste sonho ele resmungou que estava entediado de torturar almas tão chinfrins, almas sem nenhuma valia. Queria crescer na hierarquia e “chegar o relho” em almas de canalhas graúdos e genocidas e me perguntou, como se eu soubesse, onde andaria as almas de Hitler, Mussolini, Stalin, César, Videla, FHC, Cabral, Zé Dirceu e Lula... E revoltado berrou: em qual inferno cinco estrelas estarão almas tão penadas!
Tirou o “notebook” de minhas mãos e entrou no mapa do google para localizar qual o inferno, dos tantos que existem, que tinha mais “know How” em torturar almas penadas e depenadas. O mapa indicou Brasília como o inferno mais infernal entre todos que havia. Lá se tirava o couro do peão vivo, com a faca cega e sem aplicar anestesia.
Desembestou para Brasília e foi logo se dirigindo para o congresso e dançando feliz em ver tanta tecnologia maximizando a eficiência em legitimar malvadezas – Reforma da previdência, aumento de imposto, projeto de lei para não se pagar precatório vencido, congelamento da tabela do imposto de renda, taxa de incêndio, IPTU, fator previdenciário, achatamento das aposentadorias - exultando, Belzebu, berrou: Ó inferno competente! Pra queimar no inferno, aqui em Brasília, não espera nem o peão morrer!
Pulou para Ministério da Saúde e lá ficou maravilhado. Aquilo não era um prédio, era uma máquina moderníssima que de um lado dela entravam montanhas de reais e do outro saíam doentes deitados em pias, filas imensas para consultas, operações sem anestesias, descasos com a população e outras desgraças mil... E Lúcifer exclamou: Eta inferno bom, com certeza tem ISO-9000!
Rumou para o Ministério do Transporte e continuou maravilhado. Lá havia outra máquina fantástica. De um lado dela entrava sacos e mais sacos de dinheiros e do outro saía estradas esburacadas, pontes caídas, asfalto de terceira, estrada sem sinalização e licitação fraudulenta. E no meio disso tudo apareciam cuecas recheadas de dinheiros que desapareciam na velocidade da luz. Então o Pé-Torto feliz blasfemou: Isso é que é tecnologia de ponta em corrupção!
Entrou no Ministério da Pesca e não viu nada – nem barco, nem rede, nem linhada, nem tarrafa, muito menos anzol – e perguntou ao ministro se ali não tinha nada qual era a função do ministério. O ministro respondeu: pesca especial! Somos, aqui, muitos seletivos, só pescamos propinas! O Sempre-Sério feliz gritou: Essa é uma idéia corrupto-ótimo-customizada, merece ser copiada!
Quando chegou ao Ministério da Educação pulou de satisfação. Era uma fábrica de alta produção que fabricava analfabetos em profusão! Aí, O Rei-da-Encruzilhada, filosofou: É a maneira mais eficiente de se perpetuar um inferno para sempre, amém...
Assim, de ministério em ministério, tudo administrado com a mesma competência: tortura, descaso, corrupção e injustiças. Então, O-Que-Não-Existe pôs a mão no bolso e levou um susto, sua carteira fora surrupiada. Ficou maravilhado, ali na capital só havia ladrão com pós-graduação. E ainda havia mais trinta e tantos ministérios a serem visitados, todos com tecnologias corrupto-sádico-desumanas. E exclamou: Este inferno de Brasília é uma faculdade!
Então, O Pé-de-Cabrito tomou sua decisão definitiva: Moraria de hora em diante em Brasília e se não conseguisse eleger-se deputado fecharia seu inferno que estava obsoleto e abriria uma franquia do inferno democrático de Brasília.
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